CENTRO DE APOIO OPERACIONAL

Grupo de trabalho do CNMP debate proposta de resolução para disciplinar as investigações do Ministério Público nos casos de violência policial


 

O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) realizou, nesta quarta-feira, 13 de setembro,  reunião entre integrantes do grupo de trabalho que irá elaborar proposta de resolução para disciplinar as investigações do Ministério Público nos casos de mortes, torturas e violências sexuais no contexto de intervenções policiais e representantes do poder público e de organizações da sociedade civil interessados na matéria. O encontro foi realizado na sede do CNMP, em Brasília.

O GT foi instituído pela Portaria CNMP-PRESI nº 97/2023 e vinculado ao gabinete do conselheiro Antônio Edílio Magalhães, que ressaltou que o objetivo da reunião era “promover um diálogo entre instituições públicas e privadas para construir uma ideia conjunta de proposição que permita ao Ministério Público evoluir na ideia de apuração de crimes praticados no contexto de violência policial”.

Além do conselheiro Antônio Edílio, estiveram na mesa de abertura do evento o promotor de justiça do MPDFT e coordenador do GT, Antonio Henrique Suxberger, e o secretario de Acesso à Justiça do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Marivaldo Pereira.

Compôs também a mesa o subprocurador-geral da República José Adônis Callou, membro da 7ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal, que possui atribuições de Coordenação, Integração e Revisão da atuação funcional dos Membros do Ministério Público Federal quanto às matérias concernentes ao controle externo da atividade policial e sistema prisional .

Na ocasião, contribuíram para a troca de ideias representantes de instituições públicas e privadas como, Anistia Internacional Brasil, Human Rights, Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), Instituto de Estudos da Religião, Instituto Sou da Paz, Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) e Rede Nacional de Mães e Familiares de Vítimas do Terrorismo do Estado. Também estiverem presentes membros de unidades e ramos do Ministério Público como MPPE, MPBA, MPM, MPSP e MPRS.

Ao contextualizar a criação do grupo de trabalho, Antônio Edílio Magalhães mencionou que a iniciativa segue na sequência de outras ações já realizadas pelo CNMP, como a Resolução nº 262/2023, que institui o Comitê Permanente Nacional de Monitoramento da Implementação de Decisões de Órgãos do Sistema Interamericano de Direitos Humanos (CONADH) no Ministério Público brasileiro e a Recomendação CNMP nº 96/2023, que dispõe sobre a observância dos tratados, convenções e protocolos internacionais de direitos humanos, das recomendações da Comissão Interamericana de Direitos Humanos e da jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos Humanos.

Antônio Edílio frisou que o tema do encontro precisa ser enfrentado considerando que “discutir o papel do MP exige reflexões externas e internas”. O conselheiro complementou que era preciso ouvir a sociedade para que o grupo de trabalho possa desenvolver uma proposta que engrandeça e fortaleça o papel do Ministério Público.

Marivaldo Pereira ressaltou que o trabalho do grupo é um “esforço importante diante do atual momento de escalonamento de violência do Estado”. Segundo o secretário, a polícia precisa agir dentro dos limites da lei: “Quem age em nome do Estado precisa estar submetido a algum tipo de controle e fiscalização”. Ele ainda sugeriu que haja um monitoramento da tramitação dos inquéritos civis no MP.

José Adônis Callou afirmou: “Este encontro reflete uma expectativa que sempre tivemos em relação ao CNMP. O Ministério Público precisa realizar uma investigação técnica, diligente e que apresente elementos para resultados efetivos. Precisamos de uma diretriz a ser seguida por todo o MP brasileiro, até para superar as desigualdades internas”.

Antonio Suxberger apontou que o desafio do CNMP é construir uma institucionalidade que permita um trabalho virtuoso do Ministério Público. “O tema da letalidade policial é transversal e toca conjugadas vulnerabilidades, como também requer governança e diálogo interinstitucional. E acrescento ainda que a regulamentação buscada se trata de um ato não isolado, mas inserido dentro de um cabedal normativo do MP”.

O conselheiro Antônio Edílio fechou o encontro ressaltando que serão realizadas outras reuniões para dar continuidade à troca de ideias, de modo que a proposta de resolução possa ser apresentada ao Plenário do CNMP ainda neste ano de 2023.

Disponível em: https://www.cnmp.mp.br/portal/todas-as-noticias/16853-grupo-de-trabalho-do-cnmp-debate-proposta-de-resolucao-para-disciplinar-as-investigacoes-do-ministerio-publico-nos-casos-de-violencia-policial?highlight=WyJ2aW9sXHUwMGVhbmNpYSIsInZpb2xcdTAwZWFuY2lhJy4iLCJ2aW9sXHUwMGVhbmNpYSciLCJwb2xpY2lhbCIsInBvbGljaWFsJyIsInBvbGljaWFsJywiLCJwb2xpY2lhbCcuIiwidmlvbFx1MDBlYW5jaWEgcG9saWNpYWwiXQ==

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19/11/2025

Campanha lançada pelo MPPE fará alerta sobre prevenção à violência contra as mulheres em bares e restaurantes
A campanha se insere nas atividades promovidas durante os 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher.

 

19/11/2025 - Vinte restaurantes e bares do Recife (dez  localizados na Zona Norte e dez da Zona Sul da Capital) participam a partir de hoje (19) da campanha "Surpresa Violeta", lançada na manhã de ontem (18) pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE), no Salão de Eventos P3 do Senac-PE, no bairro de Santo Amaro. A campanha, alusiva à divulgação do Protocolo Violeta (Lei Municipal nº 19.061/2023), se insere nas atividades promovidas durante os 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher, período de mobilizações de combate à violência de gênero e outras formas de desrespeito aos direitos das meninas e mulheres.

São parceiros da campanha, resultante de Inquérito Civil  instaurado pela 7ª Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania da Capital (Direitos Humanos), a Seccional Pernambuco da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-PE), Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Estado de Pernambuco (SHRBSPE), Secretaria da Mulher do Recife (SEMUL), Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac-PE), Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) e a Associação do Ministério Público de Pernambuco ( AMPPE).

De acordo com o Procurador-Geral de Justiça (PGJ), José Paulo Xavier, o objetivo da campanha é a intensificação das ações relativas ao enfrentamento à violência e importunação sexual contra as mulheres em bares, restaurantes e outros estabelecimentos afins do Recife. "A luta contra a violência de gênero e a importunação sexual contra as mulheres é uma temática prioritária para o Ministério Público. É um trabalho permanente; deve ter vigilância constante para identificar e punir os agressores de acordo com a lei", disse, durante o lançamento da campanha. 

O PGJ ressaltou, ainda, que as mulheres podem e devem transitar livremente e sem medo pelos espaços públicos e privados de uso coletivo, sem serem importunadas. "A sociedade tem papel importante no combate ao machismo e o Estado deve garantir a segurança e promover o acolhimento daquelas que estão em situação de violência". Para ele, campanhas conjuntas com órgãos públicos e instituições da iniciativa privada, contribuem para maiores mobilizações, alcançando um número maior de pessoas informadas. 

A gerente geral de Promoção da Cidadania e Direitos da Mulher, da Secretaria da Mulher do Recife, Avani Santana, também elogiou a iniciativa, pela sua relevância como uma ferramenta para divulgar o Protocolo Violeta (Lei Municipal nº 19.061/2023) para a sociedade. Segundo ela, com o Protocolo foi criada uma rede de enfrentamento à importunação sexual nos espaços de lazer, prevenindo agressões contra as mulheres e promovendo o acolhimento das pessoas em situação de violência. Também prevê que as pessoas que trabalham nos estabelecimentos sejam capacitadas para terem um olhar atento às questões de hostilidade contra a mulher. 

AÇÕES - No período da campanha, de 19 de novembro a 10 de dezembro, os estabelecimentos participantes irão disponibilizar na sua carta de bebidas, a "Surpresa Violeta", um drink não alcoólico. O preço promocional da bebida será R$ 12,90 - mas os bares e restaurantes irão repassar 50% do valor para o Fundo Municipal de Política para a Mulher (FMPM).

Segundo o Promotor de Justiça Westei Conde y Martin Júnior, responsável pelo procedimento investigatório, a campanha terá ampla divulgação nas redes sociais das instituições participantes; conta com cartazes, folhetos, prismas de mesa e um QR Code interativo que direciona o público para o Protocolo Violeta, permitindo que as pessoas tenham acesso a informações de como agir diante de práticas discriminatórias e de violência. 

Na noite de hoje (19) as equipes do MPPE, Abrasel-PE, Secretaria da Mulher do Recife e demais parceiros irão realizar ações pedagógicas nos bares e restaurantes da Zona Norte (participantes da campanha), com panfletagem e abordagens junto aos clientes em atendimento. Atividade semelhante também ocorrerá na noite do dia 28 de novembro, nos estabelecimentos localizados na Zona Sul do Recife.

Lançamento da Campanha Surpresa Violeta 


18/11/2025

Seminário debaterá sobre promoção da saúde da população negra e garantia de educação para as relações étnico-raciais
O seminário terá dois eixos de debates: a promoção da saúde da população negra e a educação para as relações étnico-raciais

 

18/11/2025 - O Ministério Público de Pernambuco (MPPE), por meio do Núcleo de Enfrentamento ao Racismo (NER), realizará o Seminário MPPE Antirracista, no dia 12 de dezembro, das 8h às 12h, no auditório da Escola Superior do MPPE, na rua do Hospício, 875. O seminário terá dois eixos de debates: a promoção da saúde da população negra e a educação para as relações étnico-raciais.

São 50 vagas disponíveis tanto para integrantes do MPPE quanto para o público externo, que deverão realizar a inscrição até o dia 10 de dezembro, via formulário https://doity.com.br/seminario-mppe-antirracista.

Na programação, às 9h20, será ministrada a palestra “Promoção da Saúde da População Negra no Brasil”, pela coordenadora Nacional da Política de Saúde da População Negra do Ministério da Saúde do Brasil, Rosimery Santos. A palestrante atuou de 2008 a 2025 (até ser convidada para integrar o Ministério da Saúde) na Secretária de Saúde do Recife, na coordenação da Política Municipal de Saúde Integral da População Negra e desenvolveu os projetos Ninar nos Terreiros e Colorindo os Terreiros, reconhecidos nacionalmente por promover o enfrentamento ao racismo religioso, infantil e LGBTAPN+ no campo da saúde pública. 

Após o coffee break, o seminário seguirá com a palestra “Educação para as Relações Étnico-Raciais e Educação Quilombola: implementação das leis 10.639/03 e 11.645/08. Dificuldades, avanços e desafios”. A palestra será ministrada pelo trio: Rogério Barata, coordenador de projetos educacionais do Centro de Luiz Freire; Vitória Érika dos Santos Souza, quilombola, pedagoga e educomunicadora do projeto Educquilombo; Maria Bernadete Martins de Azevedo Figueiroa, fundadora e ex-coordenadora do GT Racismo do MPPE (antes do NER), procuradora de Justiça aposentada do MPPE.

Após a segunda palestra, será disponibilizado espaço para debates com o público participante. O seminário conta com o apoio da Escola Superior do MPPE, que realizará a certificação por participação.

MESA DE ABERTURA – O  evento terá a solenidade de mesa de abertura composta por membros do MPPE: Procurador-Geral de Justiça, José Paulo Cavalcanti Xavier Filho; a corregedora-geral do MPPE, Maria Ivana Botelho Vieira da Silva; diretora da Escola Superior do MPPE, Carolina de Moura Cordeiro Pontes; coordenador do Núcleo de Enfrentamento ao Racismo, Higor Alexandre Alves de Araújo; coordenadora do Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde, Helena Capela; coordenador do Centro de Apoio Operacional de Defesa da Educação, Maxwell Vignoli. 

Também participarão da solenidade da mesa de abertura a secretária de Justiça, Direitos Humanos e Prevenção à Violência de Pernambuco, Joanna Figueirêdo; e o secretário de Direitos Humanos e Juventude da Prefeitura do Recife.


17/11/2025

MPPE lança campanha de prevenção à violência contra as mulheres nos espaços de lazer

 

17/11/2025 - Amanhã (18/11), o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), em parceria com a Seccional Pernambuco da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-PE), Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Estado de Pernambuco (SHRBSPE), Secretaria da Mulher do Recife (SEMUL), Comissão de Diretos Humanos da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), lança a campanha "Surpresa Violeta", alusiva à divulgação do Protocolo Violeta (Lei Municipal nº 19.061/2023). O Protocolo é uma ferramenta de apoio ao enfrentamento à violência e importunação sexual contra as mulheres em bares, restaurantes e estabelecimentos afins do Recife.

O lançamento da campanha, resultante de procedimento instaurado na 7ª Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania da Capital (Direitos Humanos), ocorre durante os 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher, período de mobilizações e incidências acerca da garantia das mulheres de viverem livres de toda forma de violência.

O objetivo, de acordo com o Promotor de Justiça Westei Conde y Martin Júnior, é sensibilizar a população para o tema. Segundo ele, campanhas dessa natureza são importantes e necessárias para a prevenção e redução à violência de gênero, além de orientar as mulheres acerca dos serviços disponibilizados para atender às suas demandas. 

A campanha, que contará com a participação de 20 bares e restaurantes do Recife (10 localizados na Zona Norte e 10 na Zona Sul da cidade), será lançada às 10h desta terça-feira (18), no Salão de Eventos P3 (Edifício Pelópidas Soares- Avenida Visconde de Suassuna nº 500 - Santo Amaro - Recife). 

Durante todo o período da campanha, os estabelecimentos participantes estarão oferecendo aos clientes a "Surpresa Violeta", um drink não alcóolico. O valor promocional da bebida será R$ 12,90 - 50% do valor será repassado ao Fundo Municipal de Política para a Mulher (FMPM).