CENTRO DE APOIO OPERACIONAL

Lei Maria da Penha completa 18 anos e MPPE reafirma compromisso no combate à violência de gênero

No MPPE, a mulher que vem relatar uma agressão é acolhida em um ambiente seguro e reservado

 

07/08/2024 - A Lei Maria da Penha (Lei federal nº 11.340) completa 18 anos de existência, nesta quarta-feira (7), e o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) reforça seu comprometimento em se manter atuante no combate à violência doméstica, seja ela física, psicológica, sexual, moral ou patrimonial contra a mulher, não somente dando andamento a processos legais, mas com suporte à vítima.

No MPPE, a mulher que vem relatar uma agressão é acolhida em um ambiente seguro e reservado, onde é ouvida e informada sobre como acionar os mecanismos de denúncia e proteção da Lei Maria da Penha, como, por exemplo, pedido de medida protetiva e registro de violência na delegacia.

Além do atendimento presencial nas Promotorias de Justiça de cada município e na Ouvidoria do MPPE na capital (Rua do Imperador Pedro II, 473, bairro de Santo Antônio), a denúncia pode ser feita pelos canais da Ouvidoria do Ministério Público de Pernambuco: WhatsApp: 81 99679-0221 e WhatsApp (Libras): 81 99316-2600, site www.mppe.mp.br , Disque MP - 127 (das 8h às 14h). O Núcleo de Apoio à Mulher (NAM) do MPPE também desenvolveu um espaço na internet onde as mulheres podem buscar legislações e jurisprudências e diversas outras informações sites.google.com/mppe.mp.br/nam

Além do NAM, as mulheres podem contar com o Núcleo de Apoio a Vítimas de Crimes e Atos Infracionais (NAV). Nele, técnicos do MPPE, devidamente capacitados, escutam e orientam sobre como oficializar denúncias, acompanhar o trâmite de processos e, ao mesmo tempo, ter acesso à assistência social ou de saúde. Os contatos com a equipe do NAV podem ser pelo (81) 99230-8412 e pelo e-mail nav@mppe.mp.br. Mais informações no https://sites.google.com/mppe.mp.br/nav/

“O Núcleo de Apoio às Vítimas de Crimes e Atos Infracionais atende todas as vítimas e sendo vítimas mulheres o atendimento ocorre com perspectiva de gênero e de raça. Ou seja, seguimos as políticas protetivas específicas para esse grupo social atingido por violências estruturais e sistêmicas”, afirmou a coordenadora do NAV, Promotora de Justiça Ana Clézia Ferreira Nunes.

Tanto o NAM quanto o NAV funcionam no edifício-sede das Promotorias da Capital, na Avenida Visconde de Suassuna, 99, em Santo Amaro, no Recife.

O Centro de Apoio Operacional de Defesa da Cidadania (CAO Cidadania) é outro órgão ministerial que trata de direitos humanos e combate às violências, incluindo as de gênero, focando na promoção de políticas públicas. Segundo o coordenador do CAO, Promotor de Justiça Fabiano Pessoa, o MPPE tem o compromisso de transformar a sociedade também pela conscientização. “Vivemos uma estrutura social que historicamente impõe à mulher uma condição de vulnerabilidade colocando-a em um status de submissão. A Lei Maria da Penha representou um marco positivo para garantir direitos às mulheres e medidas protetivas diante da realidade de constantes violações, especialmente àquelas vítimas de violência mediante instrumentos de proteção. Entretanto, são necessárias políticas e ações para reduzir as numerosas situações violentas, incluindo os feminicídios, que se mantêm em quantidade elevada no Brasil e em crescimento”, enfatizou Fabiano Pessoa.

Em mais uma iniciativa de combate às violências aos direitos humanos, incluindo as contra as mulheres, como misoginia e machismo, o CAO Cidadania inicia o projeto MP Antidiscriminatório, nesta quinta e sexta-feiras (8 e 9), como seminário de lançamento em Petrolina. A proposta é construir uma atuação integrada das diversas áreas do MPPE, em rede com os órgãos e instituições responsáveis pela formulação e execução de políticas públicas no campo antidiscriminatório.

O MPPE ainda cria campanhas publicitárias contínuas divulgando não somente as implicações legais da violência contra as mulheres, mas também como se proteger e denunciar a entidades competentes. Como a que circulou neste 7 de agosto com o tema “Agosto Lilás. Toda mulher tem direito de viver livre de violência”. Sem falar que o prédio da Procuradoria Geral de Justiça recebeu uma iluminação lilás, que permanecerá durante todo o mês de agosto.

HISTÓRICO - A Lei Maria da Penha foi decretada pelo Congresso Nacional e sancionada em 7 de agosto de 2006. Entrou em vigor no dia 22 de setembro do mesmo ano. É considerada pela Organização das Nações Unidas como uma das três melhores legislações do mundo no enfrentamento à violência contra as mulheres.

A Lei cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal; e dá outras providências.

Ela foi batizada em referência à farmacêutica cearense Maria da Penha Maia Fernandes, que sobreviveu a duas tentativas de assassinato cometidas pelo então marido.

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26/02/2025

MPPE recomenda à Prefeitura implementação de medidas para desobstruir vias públicas - 26/02/2025

MPPE recomendou que a administração municipal promova uma ampla campanha educativa sobre a necessidade de desobstrução dos espaços públicos

 

26/02/2025 - O Ministério Público de Pernambuco (MPPE), por meio da 4ª Promotoria de Justiça de Arcoverde, recomendou à Prefeitura de Arcoverde, no Sertão do estado, a adoção de uma série de medidas para desobstruir vias e praças públicas. A recomendação foi expedida no âmbito do Inquérito Civil nº 02291.000.122/2022, que apura a ocupação irregular de calçadas, ruas e avenidas por comerciantes e moradores da cidade.

Dentre as providências recomendadas pelo Promotor de Justiça Edson Cunha Filho destaca-se a realização de um levantamento atualizado, no prazo de 60 dias, de todas as vias, passeios, praças e áreas públicas obstruídas no município, tendo em vista que o último estudo desse tipo foi realizado em 2021.

Além disso, o MPPE recomendou que a administração municipal promova uma ampla campanha educativa, no mesmo prazo de 60 dias, sobre a necessidade de desobstrução dos espaços públicos. O objetivo dessa campanha é conscientizar a população sobre a importância de manter calçadas, praças, ruas e avenidas livres para os cidadãos.

"O uso indevido das calçadas para instalação de anúncios, tendas, sucatas, material de construção, mesas, cadeiras e outros obstáculos prejudica a mobilidade dos cidadãos, obrigando-os a transitar pela rua sob o risco de serem atropelados", alertou o Promotor de Justiça.

Após a campanha educativa, a Prefeitura deverá estabelecer um cronograma racional para a desobstrução das áreas e equipamentos públicos irregularmente ocupados, atendendo aos critérios de regionalização e especificidade de cada caso; e, em seguida, empregar o poder de polícia para coibir as irregularidades urbanísticas.

O MPPE fixou um prazo de 10 dias para a Prefeitura de Arcoverde informar ao MPPE sobre o acatamento das medidas e apresentar as providências adotadas ao final de cada uma das etapas mencionadas.

A recomendação foi publicada no Diário Oficial Eletrônico do MPPE do dia 18 de fevereiro.


20/02/2025

A pedido do MPPE, Justiça determina que a Compesa assegure padrões de potabilidade da água - 20/02/2025

Contaminações foram identificadas tanto na saída da estação de tratamento quanto na rede de distribuição na área urbana

20/02/2025 - Em decisão proferida na última terça-feira (19), a 1ª Vara da Comarca de Paudalho acolheu parcialmente os pedidos do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) determinou que a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) forneça água dentro dos padrões de potabilidade em toda sua rede de abastecimento no município. A Compesa tem um prazo de 15 dias para apresentar recurso à decisão.

A sentença foi conferida no âmbito da Ação Civil Pública nº 198-37.2018.8.17.3080, ajuizada pela Promotoria de Justiça de Paudalho após a constatação da presença de coliformes totais e Escherichia coli na água fornecida à população e inconsistências na quantidade de cloro na água.

Conforme documentos da Secretaria Estadual de Saúde, as contaminações foram identificadas tanto na saída da estação de tratamento quanto na rede de distribuição na área urbana.

"Não é crível que a população esteja consumindo água contaminada  diante do total desprezo da demandada em cumprir o que determina a legislação, sendo necessário que a prestação do serviço público de fornecimento de água seja feita de modo a salvaguardar a saúde pública e dos próprios consumidores", alertou o Promotor de Justiça Carlos Eduardo Seabra, no texto da ação.

Além do fornecimento imediato de água própria para consumo dos cidadãos, a Compesa também deverá adotar ações corretivas imediatas sempre que forem identificadas amostras positivas para coliformes totais. 

Nessas circunstâncias, a empresa fica obrigada a realizar novas coletas em dias sucessivos até obter resultados satisfatórios, incluindo uma recoleta de água no ponto de contaminação e duas amostras extras, em pontos de captação antes e depois de onde foi identificada a irregularidade.

 


25/02/2025

Em nova reunião, MPPE, órgãos ambientais e movimentos sociais propõem comissão para analisar irregularidades fundiárias e debatem ações emergenciais para população afetada - 25/02/2025

Foi acertada a criação de uma comissão interinstitucional para acompanhar denúncias de ilegalidades em contratos de compra e venda de terras para empreendimentos de energia renovável

25/02/2025 - Em continuidade às providências da semana passada, quando movimentos sociais ocuparam a sede de Agência de Desenvolvimento de Pernambuco (Adepe) para denunciar os efeitos negativos dos geradores eólicos dos empreendimentos Ventos de São Clemente e Ventos de Santa Brígida, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) participou de nova reunião na manhã desta terça-feira (25), desta vez na sede da Agência Estadual de Meio Ambiente. 

Desta vez, foram acertados a criação de uma comissão interinstitucional para acompanhar denúncias de ilegalidades em contratos de compra e venda de terras para empreendimentos de energia renovável; a proposição de uma solução consensual para o caso do Ventos de Santa Brígida por meio da elaboração de um termo de ajustamento de conduta; e a reabertura, com uma chamada para novos representantes da sociedade, do grupo de trabalho para discutir a regulamentação do licenciamento ambiental dos parques de geração de energia renovável.

“Nas discussões com as populações afetadas, é muito comum recebermos essa informação de que os contratos possuem cláusulas abusivas, o que na verdade é a gênese de todos os problemas gerados pela implantação dos geradores eólicos. Então a comissão contará com o trabalho integrado de várias entidades, como o MPPE, Defensoria Pública, Governo do Estado e órgãos ambientais estaduais e nacionais”, ressaltou a coordenadora do Centro de Apoio Operacional de Defesa do Meio Ambiente, Promotora de Justiça Belize Câmara.

No que diz respeito às comunidades afetadas pela operação do parque Ventos de Santa Brígida, ela apontou que existe um plano de mitigação e reparação de danos formulado pela CPRH após escuta da população. O plano foi submetido à empresa, que deverá se manifestar sobre as medidas orientadas pela agência ambiental. Já a empresa responsável pelo Ventos de São Clemente não encaminhou nenhuma resposta sobre os problemas causados pela sua operação.

“Porém, na reunião de hoje, ficou patente que há necessidade de dois acordos: um de caráter mais emergencial, para garantir o cuidado com a saúde, alimentação e acesso à água dos moradores afetados; e um outro consenso para mais adiante, que seriam indenizações e realocações dessas comunidades”, acrescentou.

Já a secretária estadual de Meio Ambiente, Sustentabilidade de Fernando de Noronha, Ana Luiza Ferreira, relembrou que a operação da Ventos de São Clemente foi interrompida em decorrência do indeferimento da renovação da licença desse empreendimento, que foi a principal reivindicação popular da semana anterior. Ela também salientou a importância de se buscar uma solução consensuada para o impasse, tendo em vista que essa abordagem é mais célere do que recorrer à judicialização.

Representante de uma comunidade de agricultores assentados afetada pela operação de uma linha de transmissão em Tracunhaém, Nzinga Cavalcante informou que as comunidades exigem informações objetivas, para que as pessoas possam indicar as providências mais adequadas.

“Eu trago essa necessidade de nos ouvir, porque as empresas deveriam fazer o processo mitigatório, mas não fazem. Esses megaempreendimentos vão até nossas comunidades, cometem diversos crimes e saem ilesos, trazendo problemas de saúde para as pessoas e para os animais e infertilidade para o solo. Por isso é necessário que essa conversa seja com os povos que já estão sendo atingidos, para a gente dizer o que não aceita mais, falar e mostrar o que está nos afetando”, resumiu.